Inclusão

Lei de cotas para pessoas com deficiência completa um quarto de século

Das 447 vagas disponíveis na agência do Sine Pelotas, 12 são para pessoas de algum tipo de deficiência

Paulo Rossi -

A legislação que exige de toda empresa de grande porte com mais de cem empregados o preenchimento de 2% a 5% das suas vagas com pessoas com deficiência completou, neste mês, 25 anos de existência. Em busca da inclusão social e, tão importante quanto, a inclusão no mercado de trabalho, a lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, abre portas e oportunidades que fazem a diferença para quem enfrenta, além das dificuldades do dia a dia, o preconceito.

Baltazar Aldrighi é um destes. Há pouco mais de três anos é funcionário da Expresso Embaixador. Atua nos bastidores, no setor de limpeza, com práticas que se encaixam nas limitações impostas pela sua deficiência. O emprego é o primeiro a constar na sua carteira de trabalho. Anteriormente havia trabalhado somente com o pai, que é caminhoneiro. Para ele, o fato da lei viabilizar um espaço no mercado de trabalho é essencial. “Eu tinha receio de procurar emprego, de sofrer preconceito, de não conseguir. Mas deu tudo certo e, além de tudo, ainda consigo ter o sentimento de ser útil no final do dia.”

Além de Baltazar, outras oito pessoas com deficiência atuam na empresa. O gerente de Recursos Humanos, Pedro Bosenbecker, reforça que sempre houve a preocupação em estar dentro da lei e que a comunicação com a Associação dos Deficientes Físicos (ADF) de Pelotas em busca de contatos é constante. Na empresa Santa Maria o sentimento é o mesmo. O técnico em segurança do trabalho, Sandro Pottes, conta que 7% dos funcionários são pessoas com deficiência, que trabalham majoritariamente como cobradores. Média que deve subir até agosto, quando a empresa irá ampliar o quadro de funcionários.

Segundo o presidente da ADF, Carlos Rodrigues, esta só passou a ser a realidade de Pelotas após 2011, quando a entidade reivindicou uma maior fiscalização por parte do Ministério do Trabalho do cumprimento da lei. “É muito benéfica e importante, mesmo tendo muito a avançar”, reforça. Carlos refere-se à necessidade de não apenas colocar a pessoa com deficiência no mercado, mas de fato incluí-la com políticas públicas que envolvam o empresariado e também a sociedade, algo, na sua avaliação, ainda carente na cidade.

Em números
- 87.295 pessoas com pelo menos um tipo de deficiência em Pelotas - 35.904 são homens; 52.200 mulheres
- 64.310 possuem deficiência visual
- 21.939 possuem deficiência auditiva
- 28.703 possuem deficiência motora
-   6.017 possuem deficiência mental/intelectual

No mercado de trabalho
- 35.087 pessoas que possuem algum tipo de deficiência - 17.542 são homens; 17.545 mulheres

O mercado de trabalho em Pelotas
- 447 vagas disponíveis
-   12 para pessoas com deficiência



 

 

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